Tecnologia por trás da energia garante que aeroportos nunca parem


Publicado em 28/10/2025Tipo de Publicação: Notícias



Um único evento interrompeu 437 voos e afetou 78 mil passageiros em abril de 2025. Na esteira dos prejuízos, cresce a corrida por sistemas inteligentes capazes de prever falhas e isolar riscos antes que virem crise

Nos aeroportos, um simples apagão pode desencadear um efeito dominó. Portas automáticas travam, o check-in digital cai, as esteiras de bagagem param e a torre de controle precisa recorrer a protocolos de contingência. Voos atrasam, conexões são perdidas.

Para os passageiros e funcionários, isso significa horas de espera, estresse e frustração. Para as companhias aéreas, prejuízos milionários. E não podemos esquecer que as viagens também são experiências emocionais: casais que se reencontram, negócios que se concretizam, famílias que compartilham momentos únicos. Por isso, a perda é ainda maior.

Além disso, a crescente demanda torna a estabilidade do fornecimento de energia ainda mais crítica. De janeiro a julho de 2025, os aeroportos brasileiros movimentaram 73,4 milhões de passageiros, um aumento de 9,6% em relação ao mesmo período de 2024. Março registrou o maior fluxo para o mês desde o início da série histórica, com 10,2 milhões de viajantes, segundo a ANAC. O desafio de garantir energia estável e ininterrupta nunca foi tão urgente.

É aí que tecnologias como os painéis elétricos inteligentes ganham relevância. A nova geração de quadros de baixa tensão, como o PrismaSeT, da francesa Schneider Electric e produzido no Brasil pela Engerey Painéis Elétricos, foi projetada para aplicações críticas, como aeroportos, hospitais e centros de dados, onde uma queda de energia, mesmo que breve, pode gerar grandes transtornos.

O PrismaSeT combina sensores, conectividade e análise de dados para detectar anomalias e agir antes que elas causem interrupções. Seus componentes possuem sensoriamento remoto via wireless, permitindo o acompanhamento e a antecipação de falhas, facilitando a programação de manutenções e evitando interrupções nas operações.

O engenheiro eletricista Fábio Amaral, CEO da Engerey Painéis Elétricos, explica que, além da inteligência embarcada, o painel se destaca pela robustez técnica. “O painel é certificado segundo as normas ABNT NBR IEC 61439-1 e 61439-2; ele atende plenamente à NR-10 e aos mais altos padrões internacionais de segurança elétrica.” A linha opera com tensões de até 690 V, corrente nominal de até 4.000 A e corrente suportável de curta duração de até 100 kAef/1s, assegurando confiabilidade mesmo sob condições extremas. Seu grau de proteção IP55 e estrutura em aço carbono autoportante garantem durabilidade e resistência em ambientes de alta exigência.

                                                                                    

                                                                                                 Fábio Amaral, CEO da Engerey

“Um aeroporto parado significa aviões sem decolar, passageiros frustrados, companhias aéreas com prejuízos e até riscos de segurança. Nosso papel é evitar que isso aconteça. O PrismaSeT foi desenvolvido para trazer confiabilidade e eficiência à gestão elétrica em locais onde parar simplesmente não é uma opção”, explica Amaral.

Amaral compara o sistema a um verdadeiro escudo contra colapsos elétricos. “Sua arquitetura modular e certificação conforme normas internacionais asseguram performance, segurança e flexibilidade operacional.”

Enquanto falhas inesperadas costumam resultar em paradas emergenciais e custos elevados, a tecnologia permite intervenções preventivas, reduzindo gastos e acelerando o tempo de manutenção. “Para os passageiros, a diferença é ainda mais visível, pois as luzes continuam acesas, sistemas críticos seguem em operação e a confiança na experiência do aeroporto é preservada, evitando pânico e protegendo a reputação da infraestrutura”, completa o CEO da Engerey.

Em março deste ano, uma falha no fornecimento de energia na torre de controle do Aeroporto de Vitória (ES) resultou no cancelamento de pelo menos 36 voos e na suspensão temporária das operações. A interrupção durou cerca de sete horas, afetando diretamente os passageiros e a logística aeroportuária.

Lá fora, os problemas também se repetem. Em março de 2025, um incêndio em uma subestação elétrica próxima ao Aeroporto de Heathrow, no Reino Unido, interrompeu o fornecimento de energia ao terminal e paralisou centenas de voos. No mês seguinte, uma queda de energia de apenas 90 segundos no Aeroporto de Newark Liberty (EUA) afetou comunicações e sistemas de radar.

Em 28 de abril de 2025, um apagão elétrico de grandes proporções atingiu diversos países da Europa, incluindo Portugal, Espanha, França e Alemanha. No Brasil, o impacto foi significativo, com 437 voos cancelados e 78 mil passageiros afetados, conforme relatório da ANAC. O Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, foi o mais impactado, com 348 voos cancelados e 66 mil passageiros afetados.

Impacto financeiro

Paradas inesperadas em aeroportos brasileiros têm causado prejuízos para companhias aéreas, passageiros e a economia local. No Aeroporto Santos Dumont (RJ), o fechamento temporário em setembro de 2025 resultou no cancelamento de cerca de 160 voos, com perdas de receita estimadas entre R$ 100 mil e R$ 150 mil por voo, totalizando até R$ 24 milhões em prejuízos (Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC). Já o Aeroporto Internacional Salgado Filho (RS) enfrentou, em 2024, o fechamento devido a enchentes, que provocaram um prejuízo de R$ 2,5 bilhões apenas no setor de turismo do estado, enquanto o impacto total para a indústria gaúcha, incluindo comércio e serviços, chegou a R$ 10 bilhões.

Segundo estimativas da EUROCONTROL, atrasos em solo (“at gate”) têm custo médio de cerca de € 17,78 por minuto, enquanto o taxiamento, entrada ou saída de pista, chega a € 46,69 por minuto. Em nível de malha aérea, o custo médio de atrasos no controle (ATFM) pode atingir € 100 por minuto. Um dia com mais de 200 mil minutos acumulados de atraso pode gerar impactos de € 20 milhões para os usuários do espaço aéreo. Nos últimos dados, a média de atraso por voo na partida era de 10,6 minutos e na chegada de 9,5 minutos, segundo relatório de fevereiro de 2025. Esses valores mostram que mesmo atrasos moderados podem se converter em perdas expressivas, especialmente em casos de paralisação ou pane em aeroportos.

“Afinal, cada apagão não é apenas um problema técnico, mas sim uma ameaça direta à mobilidade, à economia e à imagem do país”, conclui Amaral.



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