Confira a reportagem sobre Instalações Elétricas em Canteiros de Obras feita pela Revista do CREA-PR com a Engerey


Publicado em 26/04/2018Segmento: Saiu na ImprensaFonte: http://revistacrea.crea-pr.org.br/noticia/por-mais-seguranca-nas-instalacoes-eletricas-dos-canteiros-de-obras



Mais segurança:  a revista do Crea-PR desenvolveu uma reportagem completa sobre instalações elétricas em canteiros de obras. Nela, o veículo ressalta os riscos a que os profissionais da construção estão expostos diariamente e mostra a importância do uso de soluções como o QTCO - Quadro de Tomadas para Canteiros de Obras - desenvolvido pela Engerey Painéis Elétricos, para eliminar acidentes. 

Confira:

Por mais segurança nas instalações elétricas dos canteiros de obras

Engenheiro eletricista defende sistema de gestão como a melhor maneira de minimizar riscos. Outro engenheiro paranaense fabrica um produto que auxilia nesta gestão. Conversamos com ambos para saber como eliminar ligações elétricas malfeitas e minimizar acidentes em construções de todos os portes

Infelizmente ela é mais comum do que se gostaria. Algumas definições para gambiarra, segundo diferentes dicionários da Língua Portuguesa, é que se trata de um trabalho feito com improviso, ou um conserto pequeno feito com “jeitinho”, ou um procedimento feito com peças alternativas, ou ainda uma “adaptação técnica temporária permanente”. O termo é considerado chulo e pode definir também o artefato ou a solução em si que tenha sido improvisada. Mas o mais interessante é que um dos significados originais da palavra gambiarra seria o de “ramificação de luzes” ou “extensão de luz”.

Sendo assim, fica mais fácil entender porque o termo é bastan­te utilizado quando se trata de ligações elétricas. E quem nunca ouviu falar ou mesmo já viu uma gambiarra e ficou medindo os riscos? Pois, para os profissionais engenheiros, deveria ser sempre inadmissível aceitar situações como essas, porém, elas são bem mais corriqueiras do que se imagina. Tanto que muitas delas foram ava­liadas em Curitiba e o estudo virou livro. Intitulado “Modelo de Sistema de Gestão de Saúde e Segurança em Serviços com Eletricidade em Canteiros de Obras de Edificações”, seu conteúdo é a tese de mestrado do engenheiro eletricista e de segurança do traba­lho, Jayme P. Rachadel. 

A Revista do Crea-PR conversou com ele, que é professor da UFPR e consultor. Em 2013, Rachadel iniciou o mestrado na área da Cons­trução Civil na UTFPR. Como ele já percebia que o segmento esta­va – e ainda está – muito carente nessa área, resolveu desenvolver esse estudo para auxiliar empresas, construtoras e indústrias. Para isso, o professor visitou um enorme can­teiro de obras, que tinha mais de mil apartamen­tos. “Tive permissão para avaliar a estrutura e fazer levantamentos e estudos no canteiro que foi uma espécie de laboratório para mim. Fotografei e coletei dados e obser­vei comportamentos também. Todo o levantamento feito foi entregue para a empresa depois”, explica. Atualmente, ele cita essa experiên­cia de campo e expõe a realidade que viu nas aulas que ministra na graduação de Engenharia Elétrica da UFPR, e na pós-graduação na UTFPR.

Riscos

O livro, resultado da sua tese de mestrado, revela imagens de diferentes tipos de instalações elétricas totalmente improvisadas e irregulares, e que assustam. O canteiro de obras visitado por Rachadel teve dois anos de duração, ou seja, quase uma instalação definitiva. “Os riscos são muito grandes. Identificamos que a pessoa que mais lida com eletricidade, e que mais corre risco, é o ajudante de pedreiro. Não se trata apenas de uma adequação específica ou de cuidados em um só ambiente, é um contexto bastante grande”, enfatiza. 

Uma pesquisa de comportamento em outros países também foi feita para complementar a tese e revelou posturas parecidas. Segundo o professor, há países como Reino Unido, China, Japão, Índia e Espanha que estão na frente em termos de conscientização, pois “eles são seguidores de regulamentações. Ainda há acidentes e improvisos, porém, eles já criaram uma cultura de segurança melhor do que a brasileira, pelo menos, e seguem rigidamente os regulamentos instituídos porque, atualmente, o acesso é tão facilitado às informações e dados das empresas que elas costumam ser mal vistas e sofrem com sua imagem se tiverem deslizes, descumprimentos, acidentes e descuidos”. 

Ele visitou outros canteiros também para o estudo e o cenário que encontrou era o mesmo. “Muita gente trabalha sem saber o risco que está correndo. São trabalhadores que desconhecem pontos críticos e não tomam os devidos cuidados ou são desatentos, ou ainda que aceitam as condições nocivas porque precisam de emprego. Só que, dependendo da obra, é muito tempo exposto neste ambiente e correndo riscos desnecessários. Há locais de muita umidade em que o risco é muito acentuado”, pontua. 

Diante desta triste realidade, a pergunta que não quer calar: por que existem as gambiarras em instalações elétricas? Para o professor Jayme, a explicação é simples. “Elas existem por pura falta de planejamento. Além dos riscos altíssimos, todo o material utilizado nestes improvisos é perdido depois. Não existe ainda uma cultura de segurança nas empresas com relação à eletricidade, essas questões não estão bem disseminadas”, lamenta.

 

Realidade da energia elétrica

Em todo o Brasil, foram registrados 13.387 acidentes de trabalho envolvendo profissionais da construção em 2015. Os números são do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AET) disponibilizado pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) em junho de 2017.

O lado bom é a queda de 38,11% registrada no período em todo o país, inclusive no Paraná, cuja diminuição foi progressiva (2013-1.452 / 2014-1.216 / 2015-1.005). Mas ainda que o segmento apresente queda de mais de oito mil casos registrados nos últimos anos, ele permanece como o terceiro no ranking dos setores com os maiores índices de acidentes de trabalho. Segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizado em 2012, o Brasil ocupa o 4.º lugar em relação ao número de mortes, com 2.503 óbitos. O país perde apenas para China (14.924), Estados Unidos (5.764) e Rússia (3.090). 

Mesmo que os acidentes estejam em ritmo diminuto desde 2013, segundo dados da Abracopel, os índices na construção civil são altos se comparados com outros setores. No ranking de lesões, as quedas e ferimentos nas mãos são as mais frequentes entre os trabalhadores e, nos casos de óbitos, os registros mostram o descaso com a eletricidade como um dos principais motivos, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT). Foram 599 mortes por choque elétrico no Brasil inteiro envolvendo profissionais que atuam em obras, só em 2016. Cerca de 91 incêndios na Região Sul foram ocasionados por curtos circuitos (documentados) no mesmo ano, representando cerca de 20% do total no país. 

Dados gerais preliminares de 2017 sobre a realidade da energia elétrica no Brasil apontam 98 casos na Região Sul, 16% do total no país, e 627 óbitos no ano. Mas esses números refletem somente uma parcela dos acidentes de origem elétrica que aconteceram e estima-se que o número possa ser de quatro a cinco vezes maior do que o apresentado, de acordo com a Abracopel.

Sistema de gestão 

Ao longo da sua tese de mestrado, o professor Jayme observou ainda que há certo desconhecimento dos donos de empresas, bem como de engenheiros de outras áreas e que não consultam colegas especializados para complementar o planejamento e a execução. “Às vezes, técnicos e engenheiros de segurança não possuem formação em eletricidade. E nem sempre as obras possuem profissionais das duas áreas”, avisa o professor, que tem formação em ambas. Sendo assim, ele defende uma maior parceria entre colegas engenheiros para que se movimentem e que complementem cuidados nos planos e nas atividades que executarem. Ele reforça, principalmente, “a implantação de um sistema de gestão que planeje como construir o canteiro, instalar e manter a estrutura segura ao longo do trabalho. Porque durante a obra vão surgir inúmeras situações que exigirão adaptação. Há que se ter procedimentos e equipamentos adequados de trabalho e o sistema busca solucionar essas questões”, diz. Ou seja, prever de antemão todas as fases da obra antecipará medidas que precisam ser observadas, e que no caso da eletricidade estão nos pequenos detalhes.

Ferramenta segura

Para atender às normas regulamentadoras que estabelecem requisitos para a garantia da segurança em instalações e serviços com eletricidade, o engenheiro eletricista Fábio Amaral recomenda o uso dos painéis de tomadas, pensando na segurança dos profissionais do setor. “Vemos fios soltos, desencapados e espalhados, o que aumenta o risco de choques elétricos, curtos e incêndios nos canteiros de obras. Contudo, hoje verificamos uma maior procura por soluções simples que podem evitar este tipo de acidente do que em anos anteriores. Uma delas é a utilização de quadro de tomadas recomendado por quatro normas de segurança diferentes: a NR 10, NR 12, NR 18 e ainda a NBR 5410. Ele impede que os fios fiquem dispersos nas obras, gerando menos riscos de choques e até acidentes mais graves”, explica.

Amaral é diretor de uma empresa curitibana especializada na montagem de Painéis Elétricos e sua empresa fabrica e comercializa pela internet um Quadro de Tomadas para Canteiros de Obras (QTCO), bastante semelhante ao modelo proposto no livro do professor Jayme. Na época da finalização do estudo, em 2013, o consultor propôs um quadro de tomadas móvel e compacto, mas nunca teve a intenção de desenvolver o produto e levá-lo para a produção efetiva.

“Chega de Gambiarras” é o slogan utilizado pelo fabricante para chamar a atenção dos profissionais com relação à importância da utilização do QTCO. A novidade para os profissionais da construção civil não resolve todas as questões de segurança, mas é uma importante ferramenta para a gestão e permite o uso da eletricidade em locais de trabalho dos mais variados portes, de maneira apropriada, bem como amplia o acesso de diversas regiões do Brasil a uma medida eficaz e que muitas vezes não está ao alcance. O produto atende aos padrões de segurança em instalações e serviços em eletricidade e seu uso pretende eliminar ligações provisórias malfeitas de equipamentos na energia elétrica.

Quadro de tomadas

A ideia de criar o produto surgiu como uma forma de conscientização para utilização da energia elétrica para situações provisórias, como canteiros de obras, principalmente montando uma solução típica e mais usual para obras de pequeno porte. Contudo, pode ser utilizado desde obras residenciais até obras industriais de grande porte. Segundo Amaral, o objetivo deste produto era atender, inicialmente, pequenas obras. “Baseia-se no conceito de poder ligar de forma segura por meio de tomadas industriais ou NBR, com capacidade de corrente adequada às cargas, equipamentos como furadeiras, lixadeiras, betoneiras, máquinas de solda, cortador de pisos, perfurador de solo, britadeiras, esmeril, serras, etc. Sendo cada circuito de ferramentas protegido por disjuntores corretamente dimensionados”, expõe.   

Em termos de tamanho, as dimensões do QTCO são de 40x30X20 centímetros e peso de uma massa de 7 quilos.

O QTCO mostra-se prático para a distribuição de eletricidade, e pode minimizar consideravelmente riscos de acidentes elétricos, servindo para utilização em diversos locais de trabalho. Também podem ser utilizados vários quadros ao mesmo tempo, e os profissionais podem fazer adaptações e customizações no produto. Segundo o engenheiro que desenvolveu, “os quadros podem ser levados para todos os lugares e utilizados em pequenas reformas residenciais até grandes obras industriais, transformando-se em uma verdadeira ferramenta de trabalho”. Amaral pontua ainda as proteções individuais da cada circuito e o sistema de fecho com chave que impedem a abertura do quadro por pessoas não autorizadas. Mesmo que consigam abri-lo, não terão acesso às partes energizadas a não ser com o uso de ferramentas. 

Para o engenheiro Rachadel, a iniciativa de Amaral é bastante interessante. Não só é a favor do Quadro de Tomadas para Canteiros de Obras, como destaca o produto como um dos equipamentos necessários para o sistema de gestão de segurança que defende. Mas, insiste no princípio de que se deve dar atenção a todos os outros pontos das instalações elétricas, “porque às vezes, mesmo tendo o quadro adequado, podem existir gambiarras em outros pontos se não foram feitos planejamento e nem adaptações adequadas durante a execução”, salienta.  

Os painéis foram desenvolvidos para proteger a ligação de máquinas e equipamentos diversos e os trabalhadores. “Estes produtos evitam que fios fiquem dispersos nas construções gerando menos riscos de choques, queima de equipamentos e até acidentes mais graves. A proteção dos painéis acontece por disjuntores, e de modo opcional por dispositivos de proteção contrafuga de corrente elétrica (DDRs), que além de protegerem a ligação de máquinas, são proteções à vida. É importante que as empresas planejem e analisem os riscos nas obras para a prevenção de acidentes, com o objetivo principal de evitar perda de vidas, danos à saúde do trabalhador, além de prejuízos ambientais e materiais”, conclui.

          

 

           



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